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Viagens

Rebab - Valmir Rosa Bob Mendez & Jaime Lira
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Na minha experiência ,tanto de tocador quanto de construtor de instrumentos musicais utilizados na música tradicional e em festas populares,aprendi que sómente com a leitura e os espetáculos, nós não aprendemos nada.

Temos de testemunhar a vida e o folclore acontecendo nos seus lugares de origem. 

 Valmir 

Sr Ditinho do Barreiro O homem que me ensinou a fazer cachaça

Na jornada pela vida, nos deparamos com pessoas e situações que marcam a nossa alma definitivamente.

Um exemplo pessoal de respeito e admiração é o que eu sinto pelo amigo Ditinho do Barreiro,apesar de não ve-lo ha muitos anos.

Conheci o Sr Ditinho do Barreiro, num congresso de turismo em que eu e ele participamos em Águas de Lindóia ha muitos anos,creio que na decada de 90.

Ao visitar o seu sítio " Engenho do Barreiro" e conhecer a sua família, senti que estava diante de alguém especial.

O Engenho do Barreiro, é uma propriedade muito antiga e desde aproximadamente 1900, vem sendo usada pela família.Alí se produz, cachaça,linguiça, café,fubá e outros produtos.O sítio é famoso por ainda preservar um moedor de cana por tração animal, um moinho  de pedra, pra fazer fubá e uma roda d'água ao lado da casa, que bate um pilão o tempo todo.

De tempos em tempos o seu Ditinho, faz um almoço pra arrecadar 

fundos para um asilo da região e chama os violeiros pra fazer a festa.

Com muito orgulho fui convidado por ele pra com a minha viola,tocar o Hino Nacional no dia da comemoração de suas Bodas de Ouro. 50 anons casado com a dona Ida.

Foi um final de semana todo de festa, com missa e procissão,e eu fiquei pasmado, pois o homem recebeu uma carta do Papa,tudo providenciado por um padre natural de Águas de Lindóia que trabalhava no Vaticano. E eu acho que naquela época o Papa era o João Paulo II. Assim foi a nossa história com o Sr Ditinho do Barreiro, o homem que me ensinou a fazer cachaça.

Botucatu

Botucatu também teve sua importância na nossa trajetória pelo interior Paulista.

Além da sua importância na história da musica caipira e dos seus personagens marcantes, Botucatu também é um centro universitário e tem também sua face de pesquisa mirando o futuro.

É nesse contexto, que uma vez por ano acontece a "Festa da Mandioca", no bom sentido é claro.

Em uma grande feira, durante uma semana pesquisadores e alunos expõem o resultado de seus trabalhos. Tem comida com mandioca, doce de mandioca, pinga de mandioca, tecido de mandioca, combustivel de mandioca e tudo que você imaginar, tudo de mandioca.

Como em botucatu, as tradições também são preservadas, a viola tá sempre na festa.

Convidados pelo nosso amigo Osní Ribeiro, que sempre incentivou o nosso trabalho, eu e a Sandrinha já participamos tanto da "Festa da Mandioca", quanto da "Festa do Folclore" algumas veses expondo nossos instrumentos, juntamente com outros fazedores de viola daquela região. 

Foi durante uma dessas festas, que eu e a Sandrinha conhecemos a capelinha da Ana Rosa,personagem que ficou imortalizada na música de Tião Carreiro. A capelinha é bem simples, mas muito bonita e bem cuidada, ou pelo ou menos era assim na nossa época.

Lógo ali perto também, está São Manoel, a terra de Tonico e Tinoco, uma boa dica é chegar lá no centro de São Manuel no domingo bem cedo, pois tem uma rádio na praça e as duplas de violeiros ficam nos bancos tocando e se preparando pra entrar nos programas. Isso não deve ter mudado tanto.

Agora, o que me marcou mesmo em Botucatu, e eu sempre tenho na lembrança, foi uma conversa de bar.

Numa noite após a feira e as apresentações, estou eu sentado num bar descansando com a Sandrinha, o Osní Ribeiro, o Leví Ramiro, o Ricardo Anastácio, o Alvinho e não me lembro quem mais, e a conversa foi pro lado da musica caipira pra variar.

Alí estavam pessôas comuns, discutindo em um nível de coerência e bom senso tão alto que poucas veses eu ví em outro lugar.

Falava´se do Angelino de Oliveira, e os seus parentes moravam alí virando a esquina, falava-se do Cornélio Pires, dos tropeiros, de violas de uma maneira robusta, séria,sem bairrismos ou esteriótipos.Conversa séria, e olha que eu sou bem crítico.Alí ninguem falou de churrasco

A conversa fluiu de uma maneira tão marcante, que eu me lembro até hoje.

Aquele pessoal alí, realmente conhece e entende de viola.

Do osso ao Chip

Exposição que aconteceu em Campinas. Não me perguntem a data.

A exposição reunia uma mostra de instrumentos musicais que explicava a "evolução" dos instrumentos e das técnicas de fabricação, execução e ensino da música.

Do osso ao chip, porquê mostrava desde os instrumentos de barro,que são tradicionalmente construidos até hoje com técnicas muito antigas até os instrumentos musicais mais modernos, como os  teclados da indústria japonesa.

Como o meu trabalho e o da Sandra representa uma maneira antiga de fazer instrumentos artesanalmente e da mesma maneira que se fazia antes da revolução industrial, nós ficamos na parte do osso mesmo.

Gostei muito de participar dessa exposição que reunia tanto artesãos quanto grandes industrias.

Do osso ao Chip, foi um evento muito divulgado e concorrido, e ficou uns 30 dias em exposição num Shopping de Campinas.

Casa dos Açores

São Paulo S P

Apesar de São Paulo ter sua cultura tradicional bem definida e mapeada, salpicam por toda a cidade, Paróquias,Associações e Centros Culturais,que representam os vários povos que pra cá vieram e ajudaram a solidificar a nossa sociedade.

Uma dessas pérolas cravada no coração da Vila Carrão é a Casa dos Açores de São Paulo.   http://casasdosacores.org/

Como o nome já diz, ali se reúnem as famílias de origem Açoriana, além de amigos e moradores da região.

Apesar da comunidade Açoriana ser muito antiga nessa região a Casa dos Açores, só foi fundada em 1980 e inaugurada oficialmente  em 1986.

A casa serve à comunidade com campanhas de saúde, vacinação  obras sociais etc...

Pra isso organiza alguns  almoços dominicais, com comida típica, musica folclórica e um grupo de danças tradicionais Açorianas.E também promove anualmente uma grande festa do Divino.

Eu tive a oportunidade de conviver algum tempo nessa casa tocando viola no grupo folclórico e na  Folia do Divino, e tenho muito boas recordações.

Lá tive a oportunidade de conhecer a Viola da Terra e também uma  Viola  típica de 16 cordas.

Na época da folia do Divino viajávamos com o grupo tocando em casas e sítios de Açorianos em várias cidades ao redor de São Paulo.

Foi um grande aprendizado, pois a festa do Divino da Casa dos Açores é completamente diferente das que nós conhecemos.Ela segue as liturgias, musicas, roupas e comidas tradicionais das Folias Açorianas.

Muitos pesquisadores também usam a biblioteca da Casa dos Açores,pois é bem representativa.

Mas o que mais vem à minha lembrança são as comidas divinas que a Casa dos Açores oferece a todos

Como o Museu Barroecordas é pra celebrar as nossas lembranças​, não posso esquecer as tardes de domingo, comendo Cozido Açoriano no meio de tantos amigos.

Aguarde próximas atualizações

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